Esta é a história real da infância de uma mulher chamada Lois Bourne que é rconhecidament uma feiticeira em nossos dias. autora dos livros "Autobiografia de uma feiticeira", " Conversa com uma feiticeira" entre outros, onde relata sua vida e como pratica a Magia. acredito que muitas se identificarão com os relatos. Principalmente, a infância que parece muito comum e identificável :seremos também feiticeiras?
Minha família era anglicana, e
minha mãe, a única frequentadora assídua da igraja. Quando eu tinha cinco ou
seis anos, ela me levava à igreja, mas o meu hábito de pegar no sono e
roncar durante o sermão do vigário
deixava-a muitíssimo aflita, o que a fez abandonar esta atividade improdutiva. Minha mãe amava a Deus de todo o coração. Tinha confiança e fé nEle e a bondade
inata da natureza humana, além a grande compaixão pelo sofrimento dos menos
afortunados Entretanto, era uma mulher muito prática, uma herbalista. Possuía
um livro enorme, grosso, com capa de couro, contendo os remédios de sua mãe, os
quais usava constantemente. Meus avós haviam morrido antes que eu nascesse, e
descobri que o livro de minha avó continha muitos remédios típicos de
feiticeiras para a cura de males simples; sempre suspeitei que ela sabia mais
sobre esse conhecimento antigo do que podiam imaginar. Excetuando as doenças
típicas das crianças, tive uma infância saudável, e minha mãe desprezava os
remédios ortodoxos, tratando-me ela mesma e só chamando o médico quando
pressentia que o caso estava fora de sua alçada.Às vezes penso em como
sobrevivi `sua medicação. Eu tinha pavor de três coisas em minha infância:
gripe,tosse e prisão de ventre. Ao primeiro sinal de espirro, eu mergulhada,
sem nenhuma cerimônia e geralmente gritando, num banho quente e esfumaçado de
mostarda. Lá ficava eu até que minha pele se tornasse rosada como uma lagosta;
então eu era retirada e, sem secar, enrolada firmemente num cobertor e colocada
na cama, para suar. Posso lembrar com horror minhas tentativas frenéticas para
me livrar dos pelos do cobertor de lã que aderiram aos meus dedos molhados
tingidos de mostarda e que, por alguma razão, me deixavam quase louca. Se eu
começava a tossir,era atacada com gordura de ganso, que minha mãe dizia ser
“penetrante”. Essa meleca era vigorosamente esfregada em meu peito, antes de eu
ir para a cama e ser coberta com uma flanela aquecida; eu ficava a noite inteira
me sentindo e cheirando como se estivesse refugiada em alguma chácara Minha mãe
tinha fixação por regularidade intestinal, afirmando tratar-se da base de toda
a saúde equilibrada e o médico nada fazia para desencrajá-la, pedindo
constantemente para ver minha língua em suas raras visitas Isso apenas servia
para confirmar sua aberração em purgar internamente cada centímetro de minha
vida Ainda hoje não posso ver um vidro de xarope de figos sem sentir náuseas e
o meu estômago se contrai com espasmos de horror quando lembro das cólicas que
sentia. Muitos anos mais tarde, perguntei-lhe amparada por alguns conhecimentos
médicos: “ Mãe, alguma vez você leu a bula?” Você deveria me dar apenas duas
colheres de chá e não todo o vidro!” Eu
a repreendia com minha profunda e recem-descoberta erudição sobre o uso liberal
de purgantes, ao que ela retrucava:” Besteira! Uma boa limpeza nunca fez mal a
ninguém!”
(...)
Contaram-me que, em muitas ocasiões na infância , eudemonstrava meus recentes poderes de consciência psíquica quando inocentemente comentava a morte inocente de
parentes ou a chegada de outros, que viviam a quilômetros de distância e não
estavam sendo esperados em minha casa. Não me lembro desses eventos, mas quando
tinha 12 anos, ouvi minha mãe dizer para a minha irmã que ela havia escondido
uma grande soma de dinheiro em casa mas estava segura porque ninguém, nem em um
milhão de anos, podia encontrar. “Eu sei onde está”, falei para ela. “Não é
possível, retrucou” eu sou a única pessoa que sabe” Olhei para ela em silêncio
por um momento e disse sonhadoramente: “Está embaixo das tábuas do assoalho no
quartinho de dormir” Ela empalideceu visivelmente e falou incrédula: “você
nadou revirando tudo”. Entretanto, eu nada fizera. de alguma maneira
inexplicável, eu havia lido a sua mente. Acho que depois disso ela passou a a
ter um certo medo de mim, e numa ocasião me disse:” Você é tão diferente em
temperamento de minhas outras crianças que, ás vezes penso se você não foi uma
troca” Quis saber o eu ela queria dizer com isso , eentão falou que eu poderia
ter sido deixada pelas fadas em lugar de
outra criança”
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