segunda-feira, 8 de junho de 2015

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO- ALAN kARDEC



 Memórias Póstumas de Alan Kardec
 

 Esses princípios para mim não existem apenas em teoria, pois os ponho na prática; faço tanto bem como o permite a minha posição., presto os serviços quando posso; os pobres nunca foram repelidos da minha porta, ou tratados com dureza; foram recebidos sempre, a qualquer hora, com a mesma benevolência; jamais me queixei dos passos que hei dado para fazer o benefício; pais de famílias tem saído da prisão graças aos meus esforços. Certamente não me cabe inventariar o bem que já pude fazer;  mas, no momento em que parece esquecer tudo, é-me  lícito, creio, trazer á lembrança que  a minha consciência me diz que nunca fiz mal a ninguém, que hei praticado todo o bem que esteve ao meu alcance, e isto, repito-o sem me preocupar com a opinião de quem quer que seja.
A este respeito trago tranquila a consciência: e a ingratidão com que me hajam pago em mais de uma ocasião não constituirá motivo para que eu deixe de pratica-lo. A ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade e, como em nenhum de nós está isento de censuras, é preciso desculpar os outros, para que nos desculpem a nós, de sorte a podermos dizer como Jesus Cristo; "atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado". Continuarei, pois, a fazer todo o bem que me seja possível, mesmo aos meus inimigos, porquanto o ódio não me cega. sempre lhes estenderei as mãos, para tirá-los de um precipício, se se oferecer oportunidade.
Eis como entendo a caridade cristã. Compreendo uma religião que nos prescreve retribuamos o mal com o bem. E, sem mais forte razão, que retribuamos o bem com o bem. Nunca, entretanto, compreenderia a que nos prescrevem que paguemos o mal com o mal.
(Pensamentos íntimos de Alan Kardec, num documento achado entre os seus papéis).

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