quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ESTADO DE GRAÇA... MAS, O QUE É "GRAÇA"?

RELATIVO À GRAÇA.








Poucas palavras na Teologia cristã são tão usadas ou tão pouco compreendidas quanto a palavra graça. Frequentemente ouvimos expressões tais como a graça de Deus e a graça de nosso Senhor Jesus Cristo. O que esta palavra quer dizer? Como funciona em nossas vidas? na teologia, um ar de mistério a circunda. Na verdade, é uma simples explicação do fluxo natural do processo criativo no indivíduo.
A palavra graça significa favor. Porque você é favorecido como filho de Deus? Simplesmente porque você é atividade de Deus se expressando como você. Por que sua mão é favorecida como uma parte do seu corpo? Porque é o seu corpo no lugar de suas mãos, criadas para permitir que o corpo leve adiante seus objetivos. assim, a mão não tem apenas força, mas também sentimento e ternura.
A vontade de deus é um outro termo religioso confuso. Enquanto pensamos sobre Deus bombardeando obstinadamente nossas vidas com atos caprichosos de limitação, não há muita esperança de que possamos compreender a ciência da oração. A vontade de Deus para você é o incessante desejo do criador de se realizar quão e como aquilo que Ele criou. Se não entender isto, pensará na graça como uma espécie de favoritismo que você solicita por intermédio da oração. Essa vontade ou intenção criativa é tão grande que, apesar do poder da palavra expressa, você poderia dizer do fundo do coração: "Quem dera eu estivesse morto!" e, no entanto continuar vivo. A vontade de Deus para você é tão intensa, tão contínua, que até mesmo penetra através de sua voluntariosa mente fechada.
A graça não é movimento especial na mente, ou uma atividade especial de Deus. É simplesmente uma explicação de como a mente funciona. A graça explica a incompatibilidade da ideia de Karma, o clico infindável de causa e efeito. É verdade que " Aquilo que você semear, isto também cifará". No entanto, o desejo de Deus de se expressar através de você  e como você é tão grande que você nunca ceifa completamente a safra dos erros, e sempre colhe mais bem do que semeia. Um pesquisador da medicina disse que o corpo tende para o lado da saúde. Este é o fator graça que está ausente do clássico conceito de Karma.
O elo perdido nos ensinamentos do Oriente é que nós não somos peregrinos solitários no caminho, tentando alcançar algo em Deus. Somos expressões dinâmicas de Deus, na busca de conhecer e liberar algo em nós mesmos. Podemos limitar o fluxo do bem mas sempre podemos conhecermos a verdade e sermos livres. 
Você não é uma criatura desprotegida, boiando à toa como uma rolha sobre os mares da vida, à mercê das tempestades do destino e circunstâncias. Você é a própria autovivência de Deus. Quando deseja crescer espiritualmente, foi Deus que primeiramente desejou isto em você.  Quando realiza um esforço extra em seu trabalho, é o ímpeto divino em você que está operando por seu intermédio. Você não simplesmente um objeto de Deus, que toma nota dos seus pecados e erros ou das suas boas ações, no seu imenso livro negro. Você é a atividade de Deus sendo expressada, amado com um amor eterno.
Vivendo num estado de graça é uma expressão que muitas vezes se usa para inferir que determinada pessoa ganhou o favorecimento de Deus. Pode ter sido criada para parecer que, por se filiar à igreja ou aceitar um específico clichê religioso você consegue algo especial... como conhecer alguém no City Hall, com quem combina-lhe "arranjar" bilhetes de estacionamento.
Viver num estado de graça pode significar nada mais nada menos que viver numa atenção disciplinada do fluxo divino. O fluxo de Deus é constante. Nossa experiência dele é que muda com a nossa consciência.
Isso não minimiza a lei universal na sequência e da consequência na experiência horizontal da vida estamos destinados a colher aquilo que semeamos,  mas temos a escolha de introduzir na consciência o fluxo vertical. Desse modo, num nível mais elevado de consciência,, somos colocados em liberdade. Ainda pagamos o preço mais em nível superior. É como acender a luz. A escuridão deixa de ser um fator.
A lei da consciência é inviolável. A consciência superior cura e  consciência inferior enfraquece. Entretanto, alguma coisa do infinito está sempre passando através e se tornando pare da sua consciência. Desse modo, o mais sórdido ou limitado dos pensamento é modificado pelo amor de Deus em você. A graça é como  viver numa casa com todas as portas e janelas bem fechadas.Invariavelmente há bastante ar entrando pelas frestas das portas e janelas,  de maneira que o oxigênio que você precisa é suprido.
A graça, como fator divino, atividade do amor de Deus está constantemente trabalhando para você. Não depende de nenhuma fé ou oração especial de sua parte. Como a flutuabilidade da água que sempre o manterá boiando mesmo quando você se esforça para afundar, a graça cumpre a lei divina o sustentando a despeito de você mesmo. 
Você não tem que merecê-la. Não é algo que chega apenas para os bons. Ela chega a todos da mesma maneira porque todos, da mesma maneira, são expressões de Deus. pela graça de Deus, um criminoso ainda é por ele amado, e ainda pode encontrar perdão e reabilitação definitiva, por intermédio de um amor que transcende a lei.
A graça é simplesmente uma faceta  maravilhosa da atividade de Deus em você. Não é algo para trabalhar ou desenvolver. Simplesmente é. É uma garantia, uma explicação do porque das coisas serem totalmente desesperadas, por que nunca recebemos a colheita completa dos erros que semeamos e por que sempre recebemos mais um pouco mais de bem do que merecemos.
  Certamente, devemos estar desejosos de aceitar a responsabilidade por tudo que se manifesta em nossas vidas. Mas não se atole na aceitação rígida e fatalística "trabalhar o seu Karma". A verdade pode libertá-lo.E quando você ouvir:" Ele se recuperou pela graça de Deus", lembre-se que isto não é uma ato especial de Deus para uma pessoa mas uma especialização do "Justo prazer" divino que vive em cada pessoa.
Existe um empuxão do universo para cima sempre buscando elevá-lo às alturas da sua natureza divina. É tão real e tão inexorável quanto a força da gravidade. O universo está chamando... você está ouvindo?
Do livro "O chamado do Universo", de Eric Butterworth
Ed. Nova Era, cap.4, p.49/53

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