_ Vim do Rio para me consultar com o Senhor. Ando tão deprimida que sou capaz de me matar. Mestre, digam por favor, o que devo fazer?
A moça esperara uma hora na fila para confessar sua desgraça em voz alta a Chico Xavier, que a ouvia com aquele sorriso tímido, parecendo ter receio de dar uma resposta errada, os lábios mexendo-se sutilmente na certa porque ele formulava uma prece em socorro daquela irmã que estava ali à sua frente, quase de joelhos. Pobremente vestido( como sempre), a aparência de Chico constratava com as jóias e as roupas ricas da desconhecida, como se ambos fossem de mundos diferentes. Aí sua voz cortou o silêncio, quase num sussurro, mas com uma profundidade tão grande que dava perfeitamente para se ouvir nos quatro cantos daquele templo de espiritualidade:
_ Não faça isso, minha filha. Volte para casa pelo caminho de Deus!
Ao beijar a mão de Chico, a jovem sorriu confiante como se naquele instante tivesse encontrado numa consulta de apenas um minuto a solução definitiva para o seu caso.
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